Joás
de Jesus Ribeiro[1]
Resumo:
Com o avanço de descobertas cientificas no campo da
genética, boa parte da teoria darwinista foi corroborada, principalmente no
âmbito da comprovação de que seres humanos possui certo grau de parâmetro com
primatas, assim como a descendência com espécies consideradas inferiores.
Darwin trouxe grandes contribuições para áreas como geologia, paleontologia e
biologia, mas no período que o naturalista viveu não existia projetos de
pesquisas cientificas no modelo que se
conhece hoje, por isso a obra ultrapassa até mesmo a concepção atual de teoria
cientifica, ou seja, é possível fazer uma analise filosófica sobre a “Origem da
Espécies”. Essa teoria causou grandes discussões no que cerne a formação do
indivíduo como ser humano, já que não é mais de procedência divina como era
considerado na tradição judaico-cristã, porém até mesmo na academia Darwin e lido
de maneira equivocada porque se criou no
senso comum a idéia de que o homem veio do macaco , isso em nenhum momento
Darwin diz em sua obra, logo é preciso esclarecer pormenor aquilo que um dos grandes pensadores da
historia queria dizer.
Palavras chave: teoria, descendência,
espécie obra, analise, esclarecer.
1 . Introdução
Na obra a “Origem das Espécies” Charles Darwin
trouxe grandes contribuições paras uma postura cientifica acerca do homem e das
formas de vida que habitam o planeta, ou seja, há um desprendimento do pensamento
tradicional que circundava boa parte dos naturalistas e filósofos. Ele não foi
o primeiro a pensar sobre um processo que explicasse a evolução das espécies tem-se destaque Lamarck, Erasmo
Darwin e Walace este ultimo possuía uma proposta semelhante a do naturalista
Inglês. Quando o termo evolução é usado corre o risco de se entender como
processo que possui um objetivo final, porém em Darwin não há esse objetivo
nele nenhuma evolução ocorre necessariamente porque ela foi criada para aquilo.
Por exemplo observa-se de grosso modo a idéia de evolução dos “espíritos” ou
almas que a cada transmigração terrena elas melhoram e podiam se tornar mais
perfeitas como acreditavam alguns antigos gregos, não é essa a idéia de
evolução que Darwin possui. O que interessava para ele era demonstrar como
ocorria esse processo, então ele apresenta a sua mais celebre teoria, A Seleção
Natural . o qual defende que a natureza seleciona os melhores e mais bem
adaptados para sobreviverem e deixarem descendentes. Isso deixou serias duvidas
para leitores que foram opositores a Darwin, a pergunta mais conhecida era:
Como a natureza pode ter a capacidade de seleção, seria ela dotada de algum
intelecto? Isso é um erro crasso cometido por aqueles que não souberam ler
Darwin , porventura essa duvida surgi porque ele explica como ocorre uma
seleção domestica , ou seja, seleção feita pelo ser humano , como são dotados
de racionalidade as pessoas tendem a pensar que a natureza ao realizar sua
seleção também use uma racionalidade, tal interpretação é um equivoco. Outro
erro grave nas interpretações da obra é definir os atuais primatas como
descendentes diretos dos humanos , isso não ocorreu para que isso aconteça e
necessário que a espécie originaria entre em extinção.
2 . A seleção domestica e natural
Alguns acreditam que o homem teria escolhido para
criar e cultivar animais e vegetais dotados de uma tendência inata
extraordinária à variação e uma enorme capacidade de suportar os climas mais
diversos. Não contesto que essas capacidade tenham evoluído muito em beneficio
do valor da maior parte de nossas produções domesticas ; afora isso, como
poderia um selvagem saber, na sua primeira tentativa de do,esticar um animal,
se este apresentaria variações nas gerações subseqüentes e se teria condições
de suportar outros climas? Por acaso a pequena variabilidade do asno ou da
galinha-d’angola, ou a pequena tolerância da rena ao calor e do camelo ao frio
, teria impedido sua domesticação? Estou certo de que se outros animais e vegetais
em numero idêntico ao das nossas produções domesticas, igualmente pertencentes
a diversas classes e oriundos de diversas regiões, fossem tirados da natureza e
domesticados, conseguindo-se fazê-lo reproduzir pelo mesmo numero de gerações
que as nossas atuais produções domesticas, sua variabilidade media seria
equivalente à das espécies originais desta ultimas.
(DARWIN,1858)
Um fazendeiro que trabalha com criação de gado , com
certeza para obter êxito em seus negócios não escolherá de sua criação um boi
reprodutor que seja fraco e raquítico para deixar seu descendentes que
certamente possuirão as mesmas características do pai , mas ele selecionará um
reprodutor que seja forte, bonito e dotado de benefícios genéticos que facilite
a sobrevivência e resistência do futuro rebanho, logo isso se chama de seleção
domestica. O que o fazendeiro faz não é nada além de facilitar para a espécie o
seu melhoramento para adaptação, não será o fazendeiro o responsável por êxito
no seu rebanho uma espécie que possua tendência que lhe seja útil, mas ele
apenas aproveita algo que já está proposto pela natureza. No ambiente natural
as espécies também passam por uma seleção que desta vez é mais rígida e
“impiedosa” com aqueles animais ou vegetais não adaptados ou preparados para suportar
o processo de seleção. Na fazenda um animal, por exemplo, pode deixar de ser
sacrificado mesmo não tendo as características desejadas ainda que ele esteja
impedido de se reproduzir pelo fazendeiro. Na natureza esse animal será
eliminado , porque não apresenta características necessárias para a sustança de
sua espécie. Os fracos não resistiram aos predadores e as mudanças drásticas do
clima, os feios serão desprezados na seleção sexual, as gazelas conseguem
alcançar altas velocidades, por que os seus descendentes que melhor corriam conseguiam
sobreviver, enquanto os fracos e debilitados entravam em extinção , o mesmo
acontece com o predador só se alimentava
o que alcança-se boa velocidade caso contrario ele morria. É notório entre as
aves ter-se o macho mais bonito do que a fêmea, isso ocorre porque são as
fêmeas que escolhem ao machos, se ele possuir uma penugem colorida e espessa
geralmente a fêmea o escolherá como parceiro, então os descendentes dos machos
se forem do mesmo gênero pareceram com o pai , enquanto as fêmeas que não
precisam obter tais dotes pareceram com as mães , os galos silvestres no Brasil
são exemplos, enquanto a fêmea é totalmente escura o macho possui esplendida
beleza.
3 . O conceito de espécie
O mesmo ocorre com as
flores, as mais belas tem o seu pólen espalhados, assim como as que possui um
bom odor , porque conseguem atrais polinizadores. As características de uma
espécie passa para sucessora mediante as variações que ocorrem dentro da própria
espécie,exemplo, para que um predador consiga segurar a presa é necessário ter
um maxilar forte, se não tiver certamente morrerá, então só sobreviverá naquela
espécie os que possuírem essa característica. Logo as características de
variações que conseguirem se adaptar se no ambiente. É possível uma espécie que
tem características de variações tão “expressiva” a ponto de sobre saírem-se na própria espécie e transformá-la em outra.
Mas o que é uma espécie?
Antes
de aplicar os princípios expostos no capitulo anterior aos seres vivos que
vivem em estado natural, importa examinar brevemente se esses seres estariam ou
não sujeitos a transformações. Para
analisar esse assunto de maneira coerente, seria necessário apresentar aqui uma
longa lista de fatos áridos e deveras cansativos, que prefiro deixar para a
obra que pretendo, um dia , publicar. Também não discutirei aqui as muitas
definições que já foram apresentadas quanto ao termo espécie. Nenhuma dessas
definições satisfaz a todos os naturalistas, mesmo que todos tenham uma vaga
idéia do que querem dizer quanto se referem a uma espécie em particular. De
modo geral, do termo espécie traz em si o conceito desconhecido de um ato criador distinto.
(DARWIN,1858)
O
conceito de espécie pode ser visto sob pelo menos quatro abordagens diferentes:
a essencialista, a nominalista, a tipologia e a populacional. Pela primeira,
cada espécie continha uma essência própria, que a distinguia das demais; era a
realidade básica da Criação, que podia conter caracteres acidentais(secundários),
mas o seu fundamento e a sua realidade dependiam da “essência” que a
caracterizava. A posição nominalista – que foi a adotada por Darwin a partir de
1859 – já tinha uma visão totalmente diferente: a espécies não têm existência
real (não são conjuntos objetivos e naturais), mas apenas agrupamentos
organizados, pelo especialista, na base de conveniência que podem variar de um
para o outro; para os nominalistas, a diferença entre espécie e “variedade”
depende apenas da apreciação do taxiononista. Atribuir , pois , a categoria de
espécie a um táxon representa apenas dar-lhes um nome, com o qual outro
especialista pode simplesmente não concordar.
(FREIRE-MAIA
, 1988)
Darwin vê a necessidade de se pensar nesse
problema, porém ele não se propõe a resolver uma problemática que alcança até
uma postura filosófica. Foi justamente essa falta de elucidação do que é
espécie que Darwin terá opositores que não compreenderam seus enunciados. Por
isso a pergunta: Quando uma espécie deixa de ser ela mesma e passa a ser
considerada outra? Trouxe grandes complicações na compreensão da obra. Não
tomando como relevante a proposta cientifica , o que importa aqui é o conteúdo
filosófico que pode ser encontrado na obra. O ser humano como resultado desse
processo de evolução também possui seus descendentes de outra espécie , então
quando o ser humano se tornou humano? Em que momento as características de
variações se tornaram variações da espécie humana? Essas são questões que a
genética busca responder, mas não é apenas produto de pesquisa para a biologia,
a áreas de humanas também se preocupam com essas perguntas a sociologia ,
antropologia e filosofia estão cada vez mais interessadas em buscar respostas
para elaborar novas questionamentos dentro do seu próprio projeto de pesquisa.
Darwin observou o comportamento de animais e identificou uma organização social
dentro de grupos que vivem em colônias ou bandos , foi justamente essas
observações que contribuíram para as
primeiros passos da sociologia.
Quando o naturalista se
dedicou para pensar sobre os instintos, a observação que possui um significado
para o ser humano, é o instinto escravizador das formigas , tal comportamento
chocou muito Darwin, mesmo vivendo no século XIX período que a escravidão era
aceita, ele por sua vez não aceitava nenhum tipo de pratica que se escraviza um
semelhante. Baseado em observações de outros cientistas e nas suas próprias,
ele constatou que havia espécies de formigas o qual escravizava formigas de
outras espécies em formigueiros, além de matar e destruir os adultos que não as
deixasse levar as pulpas, as formigas escravizadas viviam quando adultos como
operários nos formigueiros dos inimigos. Segundo o autor a seleção natural se
encarregou de possibilitar esse instinto
é provável que as primeiras pulpas roubadas de antigos formigueiros tinham como
objetivo alimentar as formigas saqueadoras, algumas formigas que nasceram antes
de serem devoradas começaram a viver
dentro do formigueiro como operarias, então as formigas escravizadoras
obtiveram vantagens sobre as subordinadas, a seleção natural se encarregou de
fixar esse instinto nas formigas escravizadoras. Vê-se a Lei Natural na
formação desses formigueiros, será que essa Lei dos mais fortes e bem adaptados
influenciaram significativamente na formação social do ser humano , quais as
interferências que o instinto causou na sociedade? Na obra Darwin não se faz
essa indagação , mas como o ser humano é resultado desse processo evolutivo ele
não poderia está excluído dessa pergunta. Mais tarde as considerações feitas
acerca do pensador influenciaram fortes construções acerca da formação social,
como aquela que de certa forma é regida sobre alguns aspectos das Leis Naturais
, não será a toa que surgirá o pensamento equivocado de raças superiores dentro
do próprio grupo de seres humanos , por isso que alguns nazistas usavam um
paquímetro para medir o tamanho do nariz, orelha e crânio , supondo aqueles que
não tivessem as medidas necessárias seria considerados raças inferiores aos
arianos, isso obviamente foi refutado na contemporaneidade pela própria ciência
, já que ela rejeita a idéia de raça entre seres humanos.
4
. Considerações Finais
Desde sua publicação no
século XIX , “A Origem das Espécies”, provocou grandes discussões na sociedade
tanto nos tempos de Darwin como hoje, essa teoria trouxe novas perspectivas nas
tentativas de explicar o que é o ser humano, como aquele desprovido agora de
uma extrema excelência na natureza, sendo assim ele não será mais enxergando
como fora dela , mas como parte integrante da natureza. Áreas que ganharam mais
forcas em suas pesquisas são a geologia, paleontologia e antropologia, está
ultima trará informações sobre os “primeiros passos” da formação humana, será
no século XX que terá inicio as grandes expedições que visavam encontra
especificamente na África , os elos perdidos da evolução, muitos paleontólogos
encontraram ossadas de hominídeos, ancestrais do homem dentre esses os mais
conhecidos como os neanderthalensis, eretus e australopitecus africanus. Darwin
não saiu no interior da África para procurar fosseis do homem e nem ao redor do
mundo para buscar fosseis de outros animais através de seu método de indução
presente na ciência ele conseguiu elaborar uma teoria que apresenta-se soluções
aos problemas encontrados na evolução, suas observações foram muito importante
para uma concepção mais cientifica da evolução, algumas hipóteses dentro da
teoria de Darwin foram corroboradas ou refutadas mediante a descoberta da
genética dentre uma das constatações dentro da genética é que o ser humano é
resultado de um processo evolutivo, falta agora definir pormenor como ocorreu
esse processo , tentativa de Darwin fez, mas devido a falta de recursos e
pesquisas mais aprofundadas ele obteve uma dificuldade para as suas
constatações, porém foi ele o responsável pela biologia moderna sem ele essa
concepção poderia ter surgido com certo atraso. Hoje a genética também faz toda
releitura da obra na perspectiva da teoria da seleção natural , será essa a
única forma para que as espécies possam evoluir? O próprio Darwin reconhecia
que não , devido sua forte ligação com o lamarckismo, proposta que vem chamando
a atenção de filósofos e cientistas.
Bibliografia
Darwin,
Charles Robert ; A Origem das Espécies. Tradução : John Green. Editora: Martin
Claret – São Paulo , ano 2008.
Freire
– Maia, Newton; Teoria da Evolução : de Darwin à teoria sintética/ Newton
Freire-Maia. Belo Horizonte: Itatiaia; São Paulo: editora da Universidade de
São Paulo, 1988.
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